4 momentos felizes!

Binho
3 min readJul 1, 2023

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Imagem por Sebastian Sørensen no Pexels

Primeiro: O ano de 2023 começou com o melhor reveillon. Depois de anos com passagens bem flopadas e retrospectivas angustiantes, dessa vez foi em “Floripa” visitando o amigo mais querido que sempre me acompanha mesmo à distância durante o ano. Nem deslizamentos com bloqueio de rodovia, e trânsito crítico na descida da serra me impediram de chegar na Ilha da Magia. Muito menos as horas de trilha ao Morro da Coroa na tarde que antecedeu o último dia do ano, que f̶o̶r̶t̶a̶l̶e̶c̶e̶r̶a̶m̶ deixaram as pernas doídas, lá estávamos, de pé, bebendo, rindo com mais pessoas junto em companhia. Tempo favoreceu, e o show de fogos de artifício naquela Beira-mar norte foi encantador, para renovar minhas esperanças.

Segundo: Depois de vários aniversários tristes e regados à introspecção voluntária, nos quais eu escolhia estar recluso, geralmente f̶u̶g̶i̶n̶d̶o̶ viajando para outro país, ou outra cidade bem longe de onde moro, para minha própria reflexão da passagem de mais uma idade completada, amargamente me trazia sofrimento. Dessa vez eu sentia que seria uma data especial, olhando longe, da varanda do hotel em Sampa na noite anterior, e foi. Resolvi que poderia fazer diferente, voltando para Curitiba já no começo da manhã. De tarde comprei bolo, decidido em não “levar bolo” com meu desejo que persistia à tempos. O interfone tocando à noite com o aviso da visita, fez meu coração sair pela boca. Foi o melhor aniversário que já tive, depois de décadas. O papo no sofá rendeu muito. A luz havia sido acesa!

Terceiro: O final de um período de férias, na chegada de uma viagem longa e cansativa, solitária mas bem proveitosa em Manaus, teve uma recompensa amorosa e inesquecível. Lá estava no saguão do aeroporto exatamente quem eu queria que estivesse me aguardando. Sem plaquinha brega, mas com um sorriso. Com uma timidez fofa e característica, estava me esperando naquele final de domingo, e me recebeu com um abraço que evoluiu pra um super beijo quando fechamos a porta do meu apartamento. Foi a melhor recepção que já tive depois de sucessivas chegadas e partidas angustiantes. Ah, e sem medo da Astrid aparecer!

Quarto: Com o aviso de uma interrupção na turnê mundial da minha banda favorita no ano passado, esperava ansioso pela nova data remarcada. Eu iria ver, enfim, Imagine Dragons! O dia chegou, e foi o melhor show que já fui na vida, com a melhor companhia. Choveu muito durante a banda de abertura, o que nos fez ficarmos encharcados, culpados pela nossa teimosia em não levar capas-de-chuva. Talvez os únicos que ousaram ter a esperança de que o tempo daria uma acalmada quando de fato Dan Reynolds entrasse no palco, e para nossa alegria, aconteceu. Choveu mais um pouco depois, na volta para casa, mas já não importava. Roucos, estávamos felizes. Eu estava feliz!

Porém, esses momentos maravilhosos, que me transcendem, fazem depois minha inquietação atingir níveis altissimos. Nos dias ruins, ou não tão significativos, que sei que são normais e importantes para o equilíbrio da vivência, apenas lembro dos bons e inesquecíveis momentos. Eles existem mas são raros. Se não perdura, é líquido! Seria muito egocêntrico dizer que é apenas comigo, mas se não for assim, não adiantaria refletir. Quantas lágrimas são necessárias para que um sorriso futuro e nunca garantido recompense a espera? Superar a felicidade de um ou mais momentos ímpares não é uma tarefa fácil, e persistir cansa! A chama de esperança às vezes quase apaga! Quase!

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